terça-feira, 27 de novembro de 2018

Sociedade dos homens

Começou a desmoralização. Magistratura consegue elevar salários às alturas num país que se diz ainda em crise econômica. Mas que crise é essa que só uns são chamados a pagar a conta?

O Brasil é assim, sempre desigual. Será que o dizer popular se eternizou por aqui. Pois é, Brasil é pau que nasceu torto, permanecerá torto e não desentortará jamais. Quem quiser que se dane!

Para um país que quer lascar a classe trabalhadora com uma reforma previdenciária para sair do buraco, vem agora o STF (Supremo Tribunal Federal) e impõe o aumento de juízes que quer.

E os governos o velho ( do presidente Temer) e o novo (do eleito Bolsonaro), que vai tomar posse em janeiro, engolem coniventes e calados. Mas é assim que querem consertar este país? É piada para matar de rir.

O aumento de salários do STF pode gerar gasto extra de até R$ 1,6 bilhão para a União. Além, é claro, do chamado efeito cascata que vai desencadear país afora em Estados já afundados.

Mas é poder que pode, e os governos dependem deles para seus interesses. Assim é o Brasil de ontem, de hoje e do amanhã, se essa mentalidade corporativista não mudar.

Como prêmio de consolação para a sociedade, o ministro Luiz Fux, do STF, relator do tema, oferece como contrapartida a extinção do auxílio-moradia dos juízes.

Ora! ora! para um salário de ministro que vai beirar agora quase R$ 40 mil mensais, se ainda exigisse o tal auxílio-moradia, era rir da cara dos governantes e de todos nós sem dó.

Os magistrados tiveram aumento de 16,38% e passarão de R$ 33,7 mil mensais para R$ 39,2 mil.

sábado, 24 de novembro de 2018

O Brasil do Mais Médicos

À parte a questão ideológica, o que se sabe sobre esse programa, criado no governo da petista Dilma Rousseff, é a importância dele para o Brasil, conforme mostra reportagem da BBC News Brasil.

Basta dizer que, além de atender lugares longínquos onde a assistência médica nunca chegou antes, o programa transformou-se numa economia valiosa para o país.

"Como programa 'economizou' um terço do orçamento ao diminuir as internações", diz o título da reportagem do site da BBC, com texto de Matheus Magenta.

Lançado em 2013, pela então presidente Dilma Rousseff, o programa conseguiu produzir muito mais consultas, uma relação mais próxima entre médicos e pacientes, bem como economia de dinheiro público ao reduzir internações hospitalares com a chegada dos médicos cubanos.

Essas são conclusões apontadas pelos mais de 200 estudos que se dedicaram a entender e mapear o programa Mais Médicos, desde que foi criado para cobrir o país com assistência médica.

Vale salientar ainda, que esse relacionamento médico e paciente se deu de forma excelente, que mesmo com a inexistência de recursos materiais, a assistência dada por Cuba funcionou.

"Os problemas identificados em geral se assemelham àqueles enfrentados por profissionais que atuam no âmbito do Sistema Únicos de Saúde (SUS)", diz a reportagem da BBC.

Agora, cabe ao governo eleito de Jair Bolsonaro (PSL) a responsabilidade de mantê-lo e avançar nessas áreas tão carentes de assistência médica, com a participação dos próprios médicos brasileiros.

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Desligado

"Fico besta com quem perde a compostura por não gostar de algo ou alguém. Tão mais simples desconectar. Não ouça, não leia, não prestigie. Dê atenção ao que tem sintonia com você. E toque sua vida, sem agredir." (Conselho, bem dado, da cronista Martha Medeiros.)
 
 É isso aí! Já faço assim. Simplesmente, me desligo e sigo em frente. Não sou obrigado a ouvir o que não está em sintonia comigo. Fico em paz comigo mesmo. Melhor do que ficar respondendo, ou permanecer me desgastando para satisfazer o ego dos outros. Não, não vou nessa. Tô fora! Gasto minha energia com o que me interessa. Um papo amigo, agradável, inteligente, que me faça viver melhor e aprender mais.

sábado, 17 de novembro de 2018

Déficit assistencial

Com a saída dos profissionais da saúde cubanos do programa Mais Médicos, que atingirá mais de 8.000 vagas no país, a partir do próximo ano, aumentará o déficit assistencial nessa área nos municípios brasileiros situados em lugares longínquos das capitais.

Essa pelo menos é a expectativa por enquanto com a decisão do governo eleito de Jair Bolsonaro (PSL) em relação ao programa, pelo fato de o governo cubano não aceitar as condições impostas. O Mais Médicos foi criado no governo petista da ex-presidente Dilma Rousseff.

Só o Rio Grande do Norte, em particular, perde 142 médicos com a saída dos profissionais cubanos, que atuam em 67 municípios potiguares. Tal situação preocupa prefeitos e população desses municípios atingidos, que deverão ficar à mercê de outra solução.

Em vez de romper apressadamente, melhor não seria realizar esse rompimento por etapas gradativas, até ter todo o déficit coberto de outra forma por profissionais brasileiros ou de outros países? Isso evitaria, é claro, deixar desassistidos os municípios beneficiados pelo Mais Médicos.

Para ir para lugares mais longínquos trabalhar no programa, médicos brasileiros exigem melhores salários e condições de trabalho nesses municípios. Importar médicos de outros países também não é nada fácil sem oferecer contrapartidas vantajosas.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Canelada à Bolsonaro

Repercute negativamente à forma repentina e sem planejamento que o futuro governo Bolsonaro está rompendo com Cuba o programa Mais Médicos. O país poderia, antes, preparar-se para tal medida. Deixar municípios sem assistência médica é uma forma desastrada de começar a governar este Brasil tão cheio de graves problemas a resolver. Isso pode agradar seus apoiadores, mas não a população atingida.

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Nos pontos de ônibus

Tenho visto muita crítica aqui em Natal da ineficiência do transporte coletivo em si, que não oferece qualidade no serviço prestado nas linhas entre bairros da cidade.

Questões de frequência na linha, superlotação e desconforto da frota de ônibus. Além de abrigos de passageiros sem melhorias para a espera do ônibus.

Mas nenhuma reclamação com relação à desorganização nos pontos de ônibus. Primeiro os ônibus chegam e saem da parada como bem querem, ou seja, desordenadamente.

Outro dia estive observando isso num ponto de ônibus da rua Ulisses Caldas, em pleno centro da cidade, local de grande movimentação de usuários do transporte de ônibus urbano.

Não existe qualquer fiscalização por parte da prefeitura e seus órgãos competentes. O motorista chega à parada, fica o tempo que quiser ou para o ônibus em fila paralela atrapalhando o trânsito.

As pessoas correm de um lado para outro feitas baratas tontas, na tentativa de checar se é o ônibus da sua linha para deslocamento, sem que exista sequer fila de usuários para subir no veículo.

Fica lá aquele amontoado de gente correndo em massa para cima do ônibus, e salve-se quem puder. Diferentemente de outras capitais onde as filas organizadas facilitam o acesso.

Percebe-se que Natal ainda permanece num estágio de atraso, ainda nada civilizatório ou avançado. Bastava um guarda de trânsito municipal para disciplinar o embarque organizado.

Por se tratar de questão cultural, com o tempo as pessoas aprenderiam a se organizar em filas e aguardarem com calma o ônibus de sua linha urbana.

Até quando se vai conviver assim nesse caos, não sei. Só sei que permanecemos num atraso da idade da pedra. Com paradas em calçadas de lojas sem nenhuma estrutura adequada.  

sábado, 10 de novembro de 2018

O desmonte à Bolsonaro

Seria mesmo necessário a extinção do Ministério do Trabalho como pasta ministerial, anunciado pelo futuro governo do presidente eleito Jair Bolsonaro? 

Tudo indica que não pelo que representa de imprescindível nas relações entre trabalhadores e empregadores no país, principalmente agora numa conjuntura de desemprego elevado e de reforma trabalhista ainda em andamento.

Seu papel na fiscalização é por demais importante, mantendo o equilíbrio nas relações entre classes, bem como cobrando de quem deve ao governo e falhou nas suas obrigações.

Senão vejamos o que tem feito o Ministério do Trabalho no seu papel fiscalizatório: 

Basta dizer que, nos três primeiros trimestres de 2018, a fiscalização do Ministério do Trabalho recolheu mais de R$ 4,1 bilhão para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) por meio de autuações realizadas pela Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT).

O resultado é 19% superior ao alcançado no mesmo período de 2017, que totalizou à época R$ 3,43 bilhões de FGTS e de Contribuição Social, conforme dados do próprio ministério.

Isso é 53% superior ao valor de R$ 2,67 bilhões, arrecadado no mesmo período de 2016.

Além disso, com a chegada do e-Social, a SIT prepara alterações em seus sistemas de fiscalização, para que seja possível a realização de um acompanhamento ainda mais efetivo dos débitos do FGTS.

No entanto, o propósito do novo governo eleito parece ser bem diferente desse, e só o tempo nos mostrará as consequências de uma iniciativa no mínimo precipitada como a anunciada.
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Postagens novas sempre às terças feiras e sábados de cada semana

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Lembrando Ronald Gurgel

Antes que o luto termine, quero deixar aqui um pouco das minhas lembranças do empresário Ronald Gurgel, fundador da Saci, loja de material de construção, que fez nome no mercado potiguar.

Lamentei a morte de Ronald Gurgel, aos 83 anos, no domingo, 4 de novembro, com quem convivi em várias ocasiões, ele como líder empresarial lojista e eu na minha profissão de jornalista.

Sempre tive estima pelo empresário e dirigente de entidades de classe que ele foi, ainda quando era dono da Saci. Ronald passou por várias delas deixando seu legado de serviços prestados.

Sério, ponderado em suas palavras e de trato fino, essa foi a impressão que ele me passou quando ia entrevistá-lo em alguns encontros que tivemos no passado.

Como assessor que fui da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/Natal), estivemos juntos em eventos aqui mesmo em Natal e quando viajávamos para fora do Estado, como nas convenções do comércio.

Sua seriedade não impedia que nos fizesse rir aqui e acolá com uma brincadeira. Era um homem simples que tratava a todos bem. Cumpriu sua missão e se foi nos deixando boas lembranças.

Como diz a nota de seu falecimento, "O que fica na vida não é o ponto de partida nem o ponto de chegada, são as sementes que plantamos ao longo do caminho". Grande verdade.

sábado, 3 de novembro de 2018

O entediamento das redes

As eleições já se foram mas as provocações, intrigas e tudo o mais permanecem nas redes sociais causando entediamento, como se o tempo tivesse parado no que já passou.

É como se muitos não tivessem o que fazer e teimam em ficar marcando o passo no mesmo lugar. Por que não cuidar de suas vidas e deixar isso pra lá até a próxima campanha política?

Na verdade, existem vencedores que gostam mesmo é de tripudiar em cima dos derrotados; e derrotados que parecem não se conformar e forçam o jogo da volta. 

E agora José, João, Pedro, Maria, Josefa, Augusta, enfim, todos e todas? A eleição acabou! Foi-se! Bem!...  Agora vamos viver das expectativas do presente e do futuro. O passado já não interessa.

Candidatos ou candidatas prometem muito nas campanhas brasileiras, criam ilusões no eleitorado, e fazem pouco – ou esquecem as promessas. Então, a fatura só é cobrada nas próximas eleições.

Isso vale para presidente da República, governadores, senadores, deputados, prefeitos e vereadores, enfim, esse mundo de gente eleita  com o voto nas urnas eletrônicas de hoje.

Quem escreveu e não leu, o pau comeu! Ou disse e depois esqueceu, vai ser julgado nas próximas eleições. Já, já, estaremos de volta às urnas.

Com tanta comunicação nas mídias tradicionais e nas redes de mídias sociais, o povo ficou sabido. Uma oposição vigilante é tudo que se precisa.

Por isso, você vencedor (ou vencedora) não vacile! Não tropece, não cometa asneiras! Se contrariar o eleitorado a fatura poderá vir alta e você não conseguir resgatá-la. Então, a dívida será executada.

Assim é a democracia! Assim é o jogo democrático, em que o povo diz quem sobe e quem desce.

TRAGÉDIA DA PANDEMIA

Com cerca de 300 mil mortos no Brasil pelo coronavírus, e um recorde em 24 horas de mais de 3.000 óbitos, a pandemia se tornou uma tragédia ...

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