sábado, 1 de novembro de 2014

E o tempo levou


Passados os dois grandes eventos do ano 2014 – primeiro, a Copa e, em seguida, as eleições – chegamos ao fim do ano. Agora resta a nos preparar para o Natal e o Ano Novo, festas tradicionais do calendário anual, para entrarmos de cabeça em 2015, ano de expectativas em relação aos governantes saídos recentemente das urnas em outubro.

No plano nacional, o governo federal que permanece sob domínio do PT (Partido dos Trabalhadores) com a presidente reeleita Dilma Rousseff nos surpreende: três dias após as eleições, o Banco Central sobe a taxa Selic dos juros básicos que regulamenta o mercado financeiro. Por essa nem os especialistas do mercado esperavam. A taxa vai a 11,25% ao ano. Há meses, antes das eleições, estava parada em 11%.

Mas por aqui o discurso de campanha é um e a prática é outra. Ademais, esta parece ser a única arma fácil de que dispõe a política econômica para impedir que a inflação acima da meta central desembeste ainda mais. Então, entre o não crescimento econômico e o combate da teimosa  inflação, o governo prefere ir à luta da inflação elevando os juros para frear o consumo.

E aí é aquela aulinha que costumamos ouvir dos economistas: sem consumo a economia não cresce e os investimentos não vêm para abrir o mercado com mais empregos e renda. Do outro lado, se a inflação não é controlada e continua a subir, a carestia toma conta do mercado enquanto os salários são corroídos, o que sem dúvida concorre para perda do poder aquisitivo dos que não têm renda financeira em aplicações.

Para se ter ideia de tal dificuldade por parte do governo petista, em setembro último, as contas públicas do país tiveram um rombo de R$ 25 bilhões, o pior resultado desde 1997, portanto, um déficit recorde. Isso quer dizer que o governo gasta mais do que arrecada em receitas.

É um dilema essa conjuntura econômica, não é mesmo? Mas existe outra arma que o governo reluta em usá-la no combate à inflação, além dos juros altos. É a do ajuste fiscal, isso significa corte de gastos para não aumentar as despesas. Todo governo encontra dificuldades de fazer esse dever de casa. Contudo tem que fazer se quer ver de fato a inflação voltar aos trilhos.

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