sexta-feira, 16 de junho de 2017

MEMÓRIA A guerreira se despede

Lembro-me de que uma das entrevistas mais marcantes que fiz com a ex-governadora Wilma de Faria (foto), na época prefeita de Natal, foi no dia 11 de setembro de 2001. Eu estava no gabinete da prefeita no Palácio Felipe Camarão, sede da prefeitura, já iniciada a entrevista, quando os plantões do noticiário na televisão informava sobre o ataque as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova Iorque, pelos terroristas. Além dela e eu, estava o assessor de comunicação Heverton Freitas. Ficamos todos espantados com as imagens que a televisão mostrava.

 Essa entrevista era exclusiva para uma das edições da  revista FOCO, que foi interrompida por alguns instantes para acompanharmos o que acontecia e depois retomada. A então prefeita natalense Wilma acompanhava cada plantão com apenas expressões curtas de horror.

Nesta sexta-feira, 16 de junho, logo cedo tomei conhecimento de sua morte, na noite anterior. Wilma de Faria também ex-governadora e deputada federal, atualmente era vereadora licenciada da Câmara Municipal de Natal, justamente para tratamento de sua saúde que havia se agravado. Morreu de um câncer no aparelho digestivo, que o vinha tratando há uns dois anos.

Wilma ( com W que se pronuncia Vilma) vai desfalcar com sua morte o quadro da sua geração de políticos potiguares, desde já, pois seu nome era cotado para se candidatar novamente ao governo do RN em 2018, e deixa um legado político, com uma obra marcante, a ponte Newton Navarro, que liga as praias do Forte-Redinha, cartão postal da cidade de Natal.

A ex-governadora também se destaca, entre os governantes do Estado até hoje, como hábil negociadora nas reivindicações do funcionalismo potiguar. Foi em seu governo que se instituiu o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) dos servidores da Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN, Lei Complementar nº 333, de 29 de junho de 2006.

Mas foi também alvo de denúncias em seu governo, como o de superfaturamento da obra da ponte. Mesmo assim era prestigiada politicamente, em toda campanha que se envolvia, sem medo do enfrentamento, daí ganhou a denominação de "guerreira" em suas lutas político-partidárias.

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